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Avançando para a correlação entre dados, neles acomodar dados que, pela respetiva
interoperabilidade e ontologias, em março partilha e convergência, contribuem para
escrevi que plataformas digitais precisam de melhor informar quem sobre ela decide. A
dados em sistemas funcionais, sequenciais e construção integrada e sistémica do “verde”
hierárquicos, com descrição e estruturação é tão importante como a do edificado, das
de informação em modo partilhado (quanto a infraestruturas/ruas, dos espaços públicos
protocolos e procedimentos), assentes em inclusivos, equipamentos, serviços – e, via
modelos de trabalho sistemáticos e GIM, tem que estar em e entre todos estes.
multiescalas. Nesta senda, no mês seguinte , Assim chegados a este número especial,
foquei a respetiva coluna nas ontologias BIM, os conteúdos apontados nas páginas
reforçando como são necessárias enquanto anteriores perfazem partes de um elenco
representação abstrata na visualização de mais vasto de conhecimento sobre cidades
conceitos e no estabelecimento de relações “verdadeiramente inteligentes”, que exigem
(ao analisar dados) e no projeto com que se esqueça tudo o que nos disseram no
informação associada (incluindo transações século XX sobre como seria o século XXI.
de dados, informações e conhecimento Horácio Lopes e José Nuno Beirão, nos
semântico). respetivos artigos, chamam a atenção para a
Em maio último, apresentei o 6.º Simpósio urgência em se repensar convicções,
Internacional em Métodos Formais (6FMA) paradigmas, modos de fazer, orientações e
em Arquitetura e Urbanismo e, já em junho , estratégias, aprendizagem formação, que
na continuidade do 6FMA, refleti sobre os recaiam sobre o quotidiano das cidades,
dados e a digitalização dos setores da salientando o quanto a celeridade das
Arquitetura e do Urbanismo (A&U), em que o transformações que assentimos obriga a não
código, a computação, o projeto holístico e nos acomodarmos à certeza dos fenómenos
recursivo, de base info-digital, bem como a e dos contextos, realidades e atores.
consolidação do recurso não só a logaritmos Seguidamente, neste número, encontra-se
no projeto em A&U, bem como do machine uma sequência de textos sobre como, no
learning e da Inteligência Artificial, município de Matosinhos, a questão dos
constituem campos de investigação a seguir dados e da administração local e do
por serem estruturantes para aquilo que se planeamento urbano municipal está a ser
perspetiva venha a ser o setor da A&U, com equacionada e colocada em prática.
sociedades mais interrelacionadas e É o município no qual desenvolvo a minha
complexas. atividade profissional como chefe da Divisão
Por fim, na última coluna prévia a este de Planeamento e, portanto, posso dar
número especial, explorei a noção de Green testemunho do trabalho que está a ser feito a
Information Modelling (GIM), considerando este nível. Remata estes os dois artigos
que o tempo para se proceder a mudanças sobre a Câmara Municipal de Matosinhos o
“tectónicas” no modo como se planeiam, texto sobre a iniciativa os melhores
gerem e se vive as cidades e seus territórios municípios para viver. Após estes, temos a
está com um intervalo de atuação muito sequência de colunas que assinei para a
reduzido para se se consubstanciar uma newDATAmagazine® – cujo conteúdo
visão ampla e plural sobre os sistemas que comentei no início deste texto de abertura
fazem funcionar a urbanização, de modo a deste número especial.
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