Page 15 - newDATAmagazine® | 16>08>2022

Saliente-se, ainda, que as tecnologias da Apreciação empírica válida (para além de que
informação disponibilizam hoje em dia
métodos e ferramentas capazes de efetivar de
modo eficiente os processos participativos
que fazem do ordenamento um processo
democrático, ajudando a construir
comunidades mais justas, mais desejadas,
mais eficientes, mas também mais
informadas, podendo através dessa
informação ajudar a induzir comportamentos
sustentáveis e consciência comunitária do
contributo individual para a construção da
sustentabilidade.
SOBRE O QUE SE PODE FAZER COM
AS FERRAMENTAS ANÁLISE
Quando fiz o curso de Arquitetura, chamava-
s e a n á l i s e a u m p r o c e d i m e n t o
levantamento de dados em primeira mão que
pacientemente fazíamos in loco na área
e n v o l v e n t e a o n o s s o t e r r e n o
desenvolvimento. Organizavam-se as turmas
por setores, a fim de cobrir a maior área
possível, e por fim conjugávamos os dados
levantados e mapeávamos os vários temas de
levantamento coletados. Como o tempo era
pouco e os meios parcos, a quantidade e
diversidade dos dados era correspondente,
produzindo normalmente pouco mais do que
três ou quatro mapas, coloridos “à unha” aos
quais chamávamos análises. Na realidade,
não se tratava de análise, mas de mapeamento
de dados. Uma vez produzidos os mapas, uma
apreciação empírica por observação dos
mapas lado a lado dava-nos aproximação ao
que se podia considerar uma rudimentar
tentativa de análise.
A realidade atual é muito diferente. Os
dados são muitos e de natureza diversificada.
A produção de mapas desses dados pode ser
em tal quantidade que não conseguimos mais,
pelas limitações da nossa visão, fazer uma
tal tipo de apreciação é, logo à partida,
s u b j e t i v a e , p o r t a n t o , d e v a l i d a d e
questionável). Acresce ainda que podemos
p r o d u z i r m a p a s d e c o r r e n t e s d e
procedimentos analíticos, juntando-os aos
re s t a n t e s m a p e a m e n t o s d e d a d o s .
Facilmente, teremos centenas de mapas para
analisar e centenas de análises para conjugar
e produzir mais análises.
Se, para os meios humanos, a tarefa se
torna impossível, o computador, por sua vez,
consegue produzir análises consequentes e
conclusivas em função (1) das questões
levantadas e (2) dos métodos selecionados
para responder a essas questões. A
complexidade do procedimento depende do
problema em tratamento e dos dados
d e existentes.
O urbanista necessita, portanto, de possuir
d e conhecimentos em análise de dados e
métodos estatísticos. E deve ser o urbanista a
possuir estas competências e a conduzir as
análises, porque as questões que se levantam
dizem respeito à cidade e aos seus fenómenos,
e a interpretação dos resultados analíticos
deve ser consentânea com a teoria urbanística
vigente e/ou formadora de nova teoria ou
decisão face aos temas em tratamento, os
quais serão maioritariamente de natureza
urbanística.
A título de exemplo da diversidade temática
e profundidade das análises, as atuais
ferramentas permitem:
A. Analisar as relações entre forma
urbana, configuração e as atividades
humanas que decorrem na rede urbana (por
ex.: analisar as várias formas de mobilidade;
distribuição e tendências das atividades
e c o n ó m i c a s e m f u n ç ã o d a r e d e ;
distribuição de oportunidade fundiária e
tendência).
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