nDm 11 | 31.mar.2022
A 11ª edição da newDATAmagazine foi publicada a 31 de março de 2022. > LER A REVISTA
MENSAGEM DA DIRETORA
Equilíbrio, economia, sazonalidade e sustentabilidade: são as palavras-chave que marcam esta edição
O mundo inteiro enfrenta, entre outros, um problema sem precedentes - a grande ameaça climática. À medida que a humanidade se precipita insensatamente para o abismo, com o agravamento das condições ambientais e a crescente escassez dos recursos, ainda há quem, apesar de todas as fontes de informação disponíveis nas plataformas digitais e outros mass media, pouco planeie fazer para contrariar este (talvez já, fatal) destino.
Diz-se que, para a consciencialização da necessidade de mudança e para a aquisição de novos hábitos benignos e salutogénicos, é necessária uma exposição contínua ao problema a resolver. Torna-se lamentável a observação de que, enquanto sociedade, pouco aprendemos com as consequências das nossas ações e, sobretudo, a constatação de que não conseguimos dar resposta às lacunas do nosso sistema civilizacional. O desencadear das vicissitudes resultantes de uma má gestão do mundo enquanto o conhecemos levou-nos ao cenário atual: um planeta onde o caos se instalou sob a forma de fome, de paisagens cinzentas, de uma pandemia e até mesmo de uma guerra.
É urgente contra-atacar.
Vivemos, paradoxalmente, numa era marcada pelo acelerado avanço tecnológico, com enorme potencial para a configuração de respostas prontas a debelar uma significativa fatia dos obstáculos que enfrentamos na vivência comunitária, em rede, mas parece que a mecanização dos costumes e o encerramento dos indivíduos em si mesmos e no seu mundo virtual está a desumanizar a ligação do Homem à Terra, tornando-o num consumidor voraz, negligente dos recursos imprescindíveis para a sua sobrevivência. Um breve olhar sobre a alimentação das populações denuncia, de imediato, falhas nas condições que permitem o seguimento de um estilo de vida saudável, com refeições nutritivas e equilibradas acessíveis a todos, de forma sustentável nas várias vertentes. Urge harmonizar estes dois mundos, para preservar a integridade do planeta.
Para tal, devemos agir de acordo com os valiosos conhecimentos que temos vindo a adquirir ao longo destes tempos e, talvez, retornar aos hábitos mais antigos parte de uma vida frugal e desambiciosa. Começaremos por fazer face à escassez de recursos, adotando hábitos de consumo mais sustentáveis e renunciando aos costumes dos excessos; em segundo lugar, melhoraremos a economia apostando no consumo dos alimentos sazonais e respeitando os limites da Terra; por fim, manteremos escolhas equilibradas no que toca tanto à nossa alimentação como à pegada ecológica que estamos a deixar no nosso planeta.
E, assim, pode ser que nos consigamos aproximar do tão aguardado Admirável Mundo Novo.
Carlota Alves