nDm 09 | 27.jan.2022
A 9ª edição da newDATAmagazine foi publicada a 27 de janeiro de 2022. > LER A REVISTA
MENSAGEM DA DIRETORA
transformāre
Do latim transformāre, composta por trans- (“além de”/“através”) e formāre (“dar forma”), a palavra TRANSFORMAR significa “dar nova forma a” e não deverá ser confundida com MUDAR, do latim mutāre, que significa “deslocar”/“dispor de outro modo”.
TRANSFORMAR tem um caráter irreversível e implica uma atuação ao nível dos padrões internos, do íntimo, da essência – é um processo que se desencadeia de dentro para fora. Enquanto MUDAR tem um caráter reversível e apenas implica uma atuação superficial.
Em suma: todas as transformações envolvem mudanças, no entanto, nem todas as mudanças envolvem transformações.
Ambos os verbos (“transformar” e “mudar”) têm lugar no mundo empresarial, sendo respeitáveis, pertinentes e necessários. O importante é que os líderes e equipas saibam diferenciá-los e entendam a intenção que lhes está subjacente, de forma a identificarem a abordagem mais apropriada, a alinharem esforços e a preverem o seu impacto no futuro da organização.
O termo TRANSFORMAR não pode ser levado de ânimo leve… pelo grau acrescido de dificuldades, resistências e receios que acarreta, mas também pela consistência, vínculo com a estratégia/missão/valores, trabalho árduo e integrado, tempo para capacitação/preparação e doses de energia que requer. É imprescindível olhar para a transformação como o desafio que ela representa e não banalizar!
Em jeito de reflexão: estará a sua organização num verdadeiro processo de transformação ou somente a implementar mudanças?
Para a verdadeira transformação ocorrer, é essencial um entendimento integral e profundo do estado atual, do momento presente. Mais ainda, é imprescindível existir uma visão clara para o futuro e objetivos bem traçados – se o destino final não se encontra definido, como saberá quando lá chegou?
Em planeamento e gestão, é sabido que a escolha consciente do melhor caminho a percorrer apenas é possível se forem conhecidos o ponto de partida e o ponto de chegada. Mas também deve estar bem presente para todos o porquê da viagem, de forma a diminuir o risco de se perder a motivação e a direção durante o percurso.
As organizações continuam a sua busca incessante pela disrupção, mas enquanto o presente não for entendido, o futuro projetado e a razão da transformação compreendida, a lagarta não se transformará em borboleta…
Catarina Rebocho